Na trajetória da pungente despedida
No silêncio abrolha os longínquos pensamentos
Entrelaçados ao medo do sombrio amanhecer
Que junta-se ao momento da triste partida.
O instante do adeus despido da materialidade
Onde os lampejos da mente calam o pranto
Que num rasgo de sentimentos reprimidos
Reluz na claridade da consciência do instante.
Num reviver de memórias de um passado
Reabrem-se antigas feridas dilacerantes da alma
As pegadas do tempo, das coisas inacabadas
Sobrepoem-se aos pedregulhos do próprio Viver.
A saudade que cala a incalculável ausência
Descerra caminhos do alarido da separação
Nas sementes plantadas ao longo do tempo
Fez-se da morte, uma eternidade do ser.
(fatima fontenele lopes)
Rascunhos da alma