Quantas saudades que sinto
De tudo que já passou
Pedaços da minha vida
Que o tempo, enfim, levou.
Saudades da minha infância
Pelos campos a cantarolar
Saltitando pelos caminhos
Que jamais irei passar.
Lembro-me das nuvens nos dias de sol
Das radiantes noites lá no sertão
Recordo tão bem da lua cheia
Das sete estrelas, não esqueço, não.
Saudades que eu sinto agora
De tudo que eu já vivi
Dos sonhos tão bem sonhados
E dos castelos que construí.
Recordo da chuva e dos riachos
Do trem passando e eu a esperar
Até de um pássaro lá na gaiola
Que eu assobiava para chamar.
No sertão tudo era esplêndido!
Meu saudoso pai à noite ia contar
Mil histórias tenebrosas ele inventava
Que eu morria de medo ao me deitar.
Dar uma saudade medonha
Das fogueiras de São João
Do aluar e do bolo de milho
Dos compadres não esqueço, não.
Hoje, fecho os olhos e posso ver
A minha infância tão querida
Até dos sonhos que eu sonhava
Com o amor da minha vida.
fatima fontenele lopes
Rascunhos da alma
15/04/2015