O CANTO DO CERRADO

O Pardal gorjeou alegre

No galho da mangabeira

O corajoso Bem-Te-Vi

Vozeia a noite inteira.

A Rolinha Fogo-Apagou

Bateu asas e esvoaçou

O melodioso Corrupião

Outro pássaro imitou.

A belezura da Asa Branca

Linda rainha do meu sertão

No cupinzeiro o Periquito

Barulhento e brincalhão.

O Bico-Virado-da-Caatinga

De um laranja-acastanhado

E o bonito Tem-Farinha-Ai

Que saltita pleno no Cerrado.

No alto do pé de Juazeiro

O hábil e curioso Cancão

Ativo porta voz da caatinga

Notícias de primeira mão.

O majestoso Sabiá-Laranjeira

Se faz ouvir logo na madrugada

Desperta o beijador das flores

O Colibri garboso e apaixonado.

Maria de Fátima fontenele Lopes