Hoje bateu-me uma infinda saudade
Daquele nascer do sol do meu sertão
Das brincadeiras nos pés de oiticica
De puxar água salobra do cacimbão.
De andar correndo pelos caminhos
Matando as mutucas com as mãos
De pegar os tamarindos da vizinha
Junto a molecada no final de verão.
Daquele inesquecível fogão a lenha
Da panela de ferro com toicim e feijão
Do assado de batata-doce na fogueira
E do pote de aluá na noite de São João.
Do rango na casa do amigo vizinho
Cozido da cabeça do bode com cuscuz
Da buchada de carneiro com sarapatel
Do cafezinho donzelo moído no pilão.
Do doce de leite feito com rapadura
De um refresco de maracujá com limão
Do cochilo na preguiçosa no alpendre
E do prosear animado da minha mãe.