Espie se estou na fresta da porta
Na penumbra que alumia o quarto
Por entre os brancos lençóis da cama
Ou no frio aconchego do teu corpo.
Espie se estou na nuvem que passa
Na maior estrela que no céu aparece
Nos dias de lua cheia na madrugada
Ou na chuva fina que cai na calçada.
Espie se estou na noite com sol
No redemoinho que bate na vidraça
Por entre a brecha estreita do umbral
Ou no silvo do pássaro no telhado.
Espie se estou na gota fria do orvalho
No meio das flores abaixo da janela
Quem sabe no sonho por ti sonhado
Ou em mim, em ti, simplesmente.