VIDA GRITANTE
Não lembro o dia
Nem da dita hora
Da madrugada fria
Do mês de março.
Não vi a chuva
Nem o relâmpago
Da noite nublada
Em que cheguei.
Não escutei o trovão
Nem o gritante choro
Do arrebentar da vida
Sob à luz do lampião.
Não recordo a graça
Da senhora parteira
Nem do riso alegre
Da minha doce mãe.