fatima fontenele lopes
Rascunhos da alma
Capa Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livro de Visitas Contato

A MENINA DE CHITA 

Dolores era uma garota que morava pertinho da minha casa. Tinha a aparência  grotesca, adorava dançar, cantar e prosear na calçada com a moçada. Era apaixonada por Tonho, que não lhe dava a mínima trela, pois dizia: “é muito feiosa, sem graça, desengonçada, não possuía nenhuma beleza que lhe chamasse a atenção”. Tudo  isso, porque ela tinha o visual estrambólico, o olhar atravessado, pernas finas e cambotas, na opinião de muitos era um charme diferente. Dolores, uma moça  agradável, gente simples, do bem, um encanto. Tinha alguns garotos interessantes vidrados nela, pois como dizia minha mãe: “Gente é como chita, uns acham bonita e outros, não". Falava-se ninguém é feio, tudo depende da visão de cada um. Para Dolores, o seu coração não batia por mais ninguém, só pelo irreverente Tonho, por ser um, cara estranho, usar roupas da jovem guarda, calças listradas boca de sino, camisa colorida, cabelo com topete e brilhantina, costeletas compridas e por gostar de rock and roll. No juízo de algumas pessoas, ele um dia iria se arrepender. Ouvia-se que o amor é cego e Dolores tinha esperança que um dia Tonho  vislumbrasse para ela com os olhos do coração, com a doce magia da alma e o fervor da paixão.

Maria de Fátima Fontenele Lopes
Enviado por Maria de Fátima Fontenele Lopes em 11/07/2023
Alterado em 18/02/2024
Comentários