Hoje ela vestiu-se de preto
Andou numa estrada deserta
Calçou o seu sapato de verniz
Deu um vago sorriso amarelo.
Mirou no tempo escurecido
Sentiu o sol quente no rosto
Chorou a sua solidão dolorida
Lembrou-se do amor de verão.
Usou o lenço branco de seda
O belo cordão de prata maciça
Na lapela o broche vermelho
No bolso um cravo padecido.
Olhou a envelhecida fotografia
Fincada na parede estragada
De repente o pranto tristonho
No espelho a sua face perdida.